Palestra com o empresário Luiz Schmidt levou aos estudantes o orgulho de trabalhar no ramo e abriu a possibilidade da criação de um curso específico na fundação
Na noite desta quarta-feira (6), cerca de 250 alunos e alunas da Fundação Florestan Fernandes (FFF) tiveram a oportunidade de assistir à aula magna “Trabalhe com Vendas e se Orgulhe no Futuro”, do professor e empresário Luiz Schmidt. A atividade envolveu 10 diferentes cursos, das áreas de Administração e Gestão.
Segundo a coordenadora geral dos cursos da Florestan, Clara Ohtsuki, muitos alunos terminam os cursos mas ainda encontram dificuldade em gerar renda, justamente por não estarem familiarizados com técnicas básicas de venda – seja para vender seus produtos, seja para vender seus serviços. “O objetivo dessa palestra foi dar uma luz aos estudantes, de que estudar vendas pode tanto ser bom para a profissão que escolheram quanto pode ser em si uma profissão, com muita demanda no mercado e grandes possibilidades de carreira,” comentou.
Do Grajaú para o mundo
Em pouco mais de 1 hora de aula, o palestrante Luiz Schmidt deixou claro aos presentes que “vender pode transformar vidas”, como transformou a vida dele e de sua família. De origens humildes no Grajaú, extremo Sul de São Paulo, Schmidt contou que conseguiu o primeiro emprego ainda rapaz apenas para ajudar a pagar contas atrasadas da casa. “Minha realidade, de vida em periferia, era a mesma de muitos de vocês,” afirmou ele. “E logo percebi que o estudo não era uma obrigação, mas uma forma de me tornar uma pessoa melhor.”

Foi então que ele se deparou com a área de Vendas e percebeu como muita gente tem preconceito com o setor. “Ninguém diz que queria ser vendedor desde pequenininho, e muitos tem vergonha de falar o que fazem, mas deveria ser o contrário. Muita gente muito bem de vida hoje se dedicou a estudar e entender os princípios básicos de Vendas. A senhorinha que monta uma barraca de café da manhã em frente a uma obra, ela sabe quem é o seu cliente, onde ele está, quanto ele pode pagar e, principalmente, ela faz o que ninguém quer fazer, que é acordar cedo e ir para a porta da obra, faça chuva ou faça sol. Isso é empreendedorismo, mas também é vendas.”
Segundo o empresário, com o advento da internet, a linguagem de vendas mudou completamente e a competição para capturar a atenção do cliente é cada vez mais acirrada. “Vender é ajudar as pessoas com as dores que elas têm,” revelou. “É resolver os problemas delas. E se orgulhar disso.”

Quanto a capturar a atenção dos estudantes, Luiz não precisou se preocupar. Pessoas de todas as idades saborearam atentamente cada palavra, participando quando provocados, tirando dúvidas e fazendo perguntas ao final. Para os mais jovens, abriu-se ali um novo campo de potencialidades futuras.
“O jovem precisa se preparar, se ele quiser ter uma oportunidade,” explicou Schmidt. “O salário de quem começa a trabalhar sem saber de vendas é muito menor que o de quem já tem essa especialização. As empresas estão precisando, existem milhares de vagas em aberto, e faltam pessoas que queiram se dedicar a isto. Que pensem em vendas como uma carreira a seguir, e não só como um emprego temporário, até arrumar outra coisa. Quem encarar isso como uma oportunidade de mudar de vida, vai conseguir.”
Devido ao sucesso do evento, há a possibilidade de que sejam abertas turmas de Vendas muito em breve na Florestan, de acordo com a coordenadora. Interessados neste e em outros cursos devem ficar atentos ao site da instituição, https://florestan.org.br, onde são divulgados os editais e notícias sobre as aulas.
por André Ribeiro / Fotos: Mauro Pedroso